Entre o Acaso e o Ocaso!

Não suponhas de forma errônea,

quaisquer “ois”, con ganas de volver!

Ignorando tempos, teu e meu, por quê?

Se um tempo foi, passado é! 

Deixemos nas mãos do acaso, outra vez?

Porém nesta, terá batalhas com ocaso, 

que tratou de esconder-nos, ao horizonte! 

Expectamos na sorte então, ou não?
Pactuar ao eterno, jamais com o talvez!

Ouça Somente Tua Voz!

Ouça teus ventos!

Escute tua voz interior! 

Deixe livre os desejos,

e que de forma empírica,

aconteçam por fim!

Ah os enigmas sonoros,

de vozes audíveis do silêncio, 

a nos guiar, talvez, a nós! 

Então, tente ouvir tua voz,

pois a cada vez que me ouço,

é o teu silêncio que me vem!

Deixa, Esquece Então!

Deixa, esquece então!

Deixo esse quarto de hotel, 

desarrumado, assim, 

com nosso calor ainda! 

Saio, pra alçar em voo solo, 

a me conhecer, o meu ser,

algo implícito, no eu,

de ninguém mais, que a mim! 

Voo, nas asas da lembrança,

com escritos claros, 

pelos deuses do amor!

Mas ainda sirvo, se quiseres,

como aquele porto seguro,

que já pousaste teu corpo um dia! 

...Sermos Estranhos, Outra Vez!

Estranho,
o sentir estranho!
Ao ver alguém,
e esse ato, 
lembrar ninguém!
Quem sabe um revir,
de sermos estranhos!
Ainda distante, talvez,
nos re/conhecermos,
por outra vez!

O Que Ainda Guardo Em Mim!

Teu sorriso!
Ainda guardado em mim!

Ocupando espaço imenso, tal, 

só me resta um canto diminuto,

onde vivo absoluto, 

olhando a dor que foi!

E justo por ocupar, o mais de mim,

fiz do lembrar, meu espaço de ficar,

e teu sorriso, enfim, me faz sorrir,

me dá vida, esse lembrar! 

Um Primeiro Olhar!

Em um primeiro olhar!

Mágico encontro de desejos!

Típico sonho infindo, enfim!

Beijos fortuitos, carinhos sinceros,

querer a dois, ficarmos nós! 

Estranho, 

ainda tocar teus olhos,

ao vedar os meus!

Sentir o calor da tua boca,

e o aroma da tua pele em mim! 

Como num primeiro olhar! 

Afável Dor!

Paradigmas que traço,

sobre a angustiante dor,

a qual curei com tempo!

Mas que nunca esqueço,

por mais que tente, e tento! 

Por estar a viver com essa, 

dominada, calma e a contento! 

Dormir em Ti!

Estranho meu sentir,

ao cerrar os olhos 

e tentar dormir! 

O fugir de um pensar,

num inútil lembrar de ti,

de um coordenar a mente,

evitando a idéia que mente,

sonhando na idéia que sente!

E então, enfim, 

mais uma das noites assim, 

eu, comigo aqui, 

e você sem mim! 

Ao Partir!

Ao partir, 

deixei a porta entreaberta!

Pois ao voltar, e adentrar em ti,

se permitires, fecharei tal porta,  

a ponto de, nunca mais sair!

 

Catarses de Nós!

Por que o domínio de pensamentos vis,

a deteriorar sentimentos poucos,

ao mostrarmos, muito de loucos,

a iluminar caminhos senis!

Não percamos a vez, ao pedir muito, 

no afã de deixarmos ser tão pouco! 

Por fim, deixar-nos guiar intuitivo,

insistindo no sim, mesmo ao querer o não! 

Sermos então, catarses de nós dois! 

Nós Dois em Nós!

Entrelacemos nossos sonhos!

Deixe-me estar nos teus,

de mesma forma real,

que tu vives, nos meus! 

Escutas Meu Grito?

Me deixe escrever, 

que no puedo hablar contigo!

Linhas sem limites de espaço,

alinhar palavras de amor em flama! 

Tornar real, sonhos reais! 

Sentir teu cheiro, perdido em si,

e ainda anseio em jogar o meu, a ti! 

Gritos silenciosos meus, 

a requestar teu revir!

Será, por ser silenciosos meus gritos,

estás silente, como resposta ao não ouvir! 

Sigo então em minha janela entrante,

e o céu, a dizer, meu destino errante! 

Mudas de Sonhos!

Por vezes, em meio a noite,

me vejo desperto, perdido, Indefeso! 

Por rejeitar incondicionalmente,

teus olhos, com tons de desprezo! 

Te ter sempre, foi o fio de um desejo, 

e me embriagar no cheiro do teu cabelo,

e ao me enredar em mim defeso, 

fica então a saudade, como o fim do novelo! 

Resta enfim, regar as mudas de sonhos,

que brotam, num coração ainda preso! 

Lua, Como Fosse Sol!

Um olhar aleatório ao céu,

desnuda um pensar crível!

Ao perceber que ao jogar,

com natureza e obra do homem,

vê-se um inebriante farol!

Onde ao vislumbrar,

paralelos caminhos elétricos, 

sob forma de pautas musicais,

versus, no céu, um pseudo atol!

Semibreve em pauta,

como me expor em solfa,

a solfejar mirando a Lua,

em Clave igual, como fosse Sol!

Chegue Agora, Logo!

Chegue agora, logo! 
Ao retornares linda,

com teus perfumes 

e tuas cores ímpares, 

a decorar meus dias!

E então assim, 

podermos sentir, 

num coração pronto e aberto,

as delícias loucas, 
de uma estação em flor!

Noite Escura de Lua Nova!

Noite escura, de lua nova,

e uma estrada em breu! 

Míseras luzes num vai-e-vem,

embaladas por sopros de brisa! 

Destinos incertos, insabidos, 

a seguir estrelas em assíntota!

E eu a tentar chegar a um lugar,

onde busco, quem me traga luz,
qualquer seria então, sei lá ...

Me Descobrir Quem Sou!

Ao vendar meus olhos,

se os cerrar ou não, eles cegam...

e a escuridão, em mim, permanece! 

O acomodar, me incomoda por demais, 

mormente o fato, de “re-agir”, se faz,

ao evitar, do perecer minha luz! 

Abrir janelas, rasgar vendas, iluminar o ser! 

E então ver, prenúncios dum “re-conhecer”, 

que preciso foi, me afastar de mim,

pra só assim, me descobrir quem sou! 

Ressignificar Nossos “Eus”!

Estranhos desejos de uma mente só! 

Contíguo em si, pra si, num estar solo!

Só acolher um duo, ao anuir os ímpares, 

e um tentar imaginário, de sermos nós! 

Ah, e assim, ressignificarmos nossos “eus”,

e assumirmos juntos, o indizível “a sós”! 

Mistérios Dos Olhos!

Quais mistérios escondem teu olhar?

Se capturados em raras fotos,

não mostram, sequer sinais dos lábios,

do querer balbuciar segredos utópicos de amores!

Quais enigmas escondem os meus?

Ao não saber enfrentar tais temores!

De amores de anéis, ou errantes, 

como transeunte livre ou comedido,

de corações fiéis ou itinerantes! 

Mas na busca de entender,

os mistérios dos teus olhos! 

!No Puede Acomodar!

Do que adianta, ter dons de estro poético,

sem ter o alguém, a quem pronunciá-los,

o que está no sentimento da escrita! 

Do que vale, ser poeta e ter um universo,

pronto a abraçar emoções vindas de outrem,

si no puede acomodar, a su vez,

emoções daquele que abraça!

Sentir, sorrir, seguir, são seus refúgios,

ao expor em linhas e palavras expressas,

os sentimentos seus, e do seu eu! 

Calidez de Corpos!

Amanhecer de noite gélida!

O que salva, nossos braços entrelaçados,

pele-a-pele que se encontram!

E nossos corpos, a transmutar calor,

trazendo calidez, a este amanhecer frio!

Cibernéticos Amores!

Ela fica a aguardar um “oie” dele!

Ele a esperar um “olá” dela!

Cibernéticos amores de redes,

que ao expectar de um , 

ficam sem nenhum! 

Quem Sou Eu Pra Ti!

Quem sou eu pra ti!
A parte aconchegante do abraço que te envolve,
até sentir os corações a bater uníssonos!
Sou o colo, que te acolhe em carícias,
bulindo teus cabelos e “re-velar” teu sono!
A boca, que toca suavemente na tua boca,
até ver fechar teus olhos, num beijo ardente!
Sou o sentir, que te “pres-sente” junto,
mesmo estando tão longe de mim,
onde até teu “cheiro” restou gravado,
no inconsciente, ao lembrar-te, enfim...

Voltar a Ser, Eu!

O importante voltar a ser,

o que tentei impedir de mim!

Ao moldar meu jeito de agir,

a jeitos outros, extremos ao meu!

Adaptar talvez, mudar, nunca!

Quanto mais, a satisfazer outrem,

que a mim não vê, senão a si!

Haver deixado, em rugas de lençóis,

parte crucial de algo, que perdera-se,

em segundos de tempo, 

em anos de solitude a dois! 

Pra num instante, voltar a ser, eu! 

Desistir Não é Meu!

Desistir não é meu! 

Mesmo que, certos caminhos,

mostrem-se impossíveis, o poder voltar! 

Os obstáculos insuperáveis de dor,

passam a ser simples pedras raras,

incólumes de sofrimento e ânsia,

num trâmite comum e passível do ir! 

Desistir não é meu!

Coisas de destino, parecentes pecados,

coincidências insólitas, vivências usuais! 

Fincam pés, em corações abertos,

prontos que estavam a não abrir jamais!

E antes de esgotar tua eutimia,

fugo em silêncio, sin cerrar la puerta! 

Então... Desistir não é meu! 

Te Ver, ao Vendar Meus Olhos!

Andar, mesmo com os olhos vendados,
seguindo meus instintos, intuições ...
E poder seguir meus passos, seguro,
sem sair do rumo traçado!
Ainda sabendo, que em qualquer piscar,
mudam-se as direções, estações e tudo mais,
avisando ao chegar do sol, e no brilhar do céu!
Tentar, por vezes, é o significado de um recomeço,
o receber da vida, o que ela tem de melhor!
Ah..., ver o final, sem esperar nada de alguém,
mas, nunca me dar por vencido, expectante ao pior!
E mesmo assim, acontecendo o que for, 
me aproveito do brilho mágico de cada cor,
até em preto e branco, consigo ver a gente bem!

Frases, Sentidos e Pontuações!

Ao proferirmos frases soltas,

ficam essas, inerentes de sinais,

a fim de roborar seus desígnios!

Vírgulas, reticências, exclamações,

pontos finais, interrogações, então!...

Ao dizer, sem pontuar, deixo um vácuo,

para o inconsciente abusar na imaginação!

Palavras apaixonantes, perdem sentidos,

estando soltas, em frases inócuas, 

sem dizer, na intenção do haver dito! 

Ao pronunciar, “chega, adeus...”, 

mostra a hesitação de um querer!

Ao balbuciar, “não, nunca!”,

mostra,  a não vontade do ponto final! 

Nunca Morre Esse Amor!

Se amo, posso “morrer” por esse amor!
Mesmo tendo no sentido estrito,
de um amor restrito, hoje a um desejo!
E ainda que atestem, teorias arrazoadas,
estas falham, frente a corações afins!
Desmancham-se projetos de futuro,
do um, enquanto dois, 
do estar só, frente ao juntos,
do eu, perante o nós!
O fazer valer de tal paixão forjada,
no calor de nosso amor ardente,
num místico tocar dos lábios, 
ou, em sensação única, 
de sentir teu corpo, junto ao meu,
e ouvir uníssono, nossos corações!
E se assim, ah... nunca morre esse amor!

Conexões!

Ando mais a procura de conexão, 
que a procura de apego!
Porque, enquanto aquela,
soma com minha energia, esta, suga!
Eu procuro alguém, quem, uma paixão,
que talvez nunca tenha encontrado,
mas, se porventura sim, 
e essa, já tenha feito parte em mim,
retornar pra tal conexão, se faz presente!
Por mil razões pra viver, reviver, renascer, enfim...
Num retornar, procurando, eu sigo até o fim!

Um Sonho a Dois!

Um simples fato de tentar saber de você,

colocam meus atos em vigília, de meu olhar!

Olhar para meu eu, numa busca intensa, 

incansável, incessante, de tentar em mim,

o que por toda vida procurei em ti!

Mesmo antes, de nada saber sobre nós!

O que então nos difere, 

seriam os sonhos entre mim e ti?

Enquanto um, sonha por um sonho a dois,

outro, teima em fugir do direito a ser feliz!

Mas quem somos nós, nessa equação enfim...

Outra Vez, Nós!

Um piscar triste, do sentir tua falta,
mesmo que, por frações de segundos,
sem poder dizer, por incomodar-te,
dói em mim, profundo e molesto!
Mas o ato de poder sentir, me conforta, 
mesmo estando, num distante perto!
Quem sabe, o dia de minha falta, sentida,
trará vontades, e frases escusas,
onde opostos lados, que já foram um,
retornarão, em olhares atraídos,
ao vislumbre de um lugar em comum!
O outra vez, Nós ...

Frio, e o Calor do Amor!

Ao se apresentar o inverno, 

junto a suas Luas e Sóis ímpares,

sobre nuvens cinzas, ou não, mas, o frio...

Desperta em mim, o louco desejo,

de buscar no teu beijo, teu calor,

e te aconchegar em meus braços,

numa noite fria, de ventos gélidos,

nós, num quarto cálido, 

vivendo o sonho desse amor! 

Deixe Teu Coração Falar!

Se a saudade bater, 

abra as portas do teu coração pra ela!

Se lágrimas umedecerem teus olhos,

deixem-nas enxaguar teus sentimentos,

e abrace com paixão, os motivos!

Se um sorriso, surgir teimoso em teus lábios,

cinja, as lembranças de um tempo,

que hoje, talvez passado, ou ainda não...

Mas se notares, um muito, de um tudo,

ao ler, escutar, pensar, sentir, “re viver”...

Não deixes um resistir preemptivo,

impedir, o realizar de emoções lindas,

por simples caprichos ou teimosias!

Deixe o coração falar, através de teus olhos,

e traduzir, o que tanto temias! 

Sigo Meus Sonhos!

Ah... corro, ligo, procuro, abraço, persisto,
tenho em foco, o que busco, por intenso,
determinando no ritmo, meu caminhar!
Afinal, sonhos não se encerram ao acordar!
Vejo, ouço, leio, choro, sorrio, feliz ou não!
E espero tranquilo, para ver se alcanço!
Paciente, otimista, confiante, silente enfim,
mas peço, que não demores muito no sim,
pois, facilmente me desprendo, e canso!
Sigo então meus sonhos, e afins...

Nos Polos da Emoção!

Encontrei, nos opostos polos da emoção,
vis-à-vis com sentimentos tais,
o fugar de pontos cegos, do meu ser,
e acordar em amores criveis, e assim, os ter!
Descobri, nas brechas oportunas da escrita,
o que minha voz traduz, ao escrever-te!
No afã, que então despertes, 
o teu bater mais forte,
de um coração, ora pálido, 
a pulsar meio sem jeito, 
em reversão, de um estar esquálido, 
ao enxergar, meu coração afeito, 
a tal ponto, de deixar o teu em dúbio,
se assim o fica, ou salta do peito!