E então o Veleiro zarpa!
Afasta-se lentamente do Cais!
Em busca do barlavento!
Deixando para trás
as amarras que o faziam
escravo do tempo!
É lindo ver velas, livres, içadas!
Movidas ao vento,
impelindo este Veleiro!
O Cais parece reduzir-se
a cada milha que corre!
A cidade já se esconde,
em meio a neblina!Tal qual o veleiro que some!
Mas uma dúvida consome!
Estás onde a olhar,
no Veleiro ou no Cais?

O que é estar bem?
Stricto Sensu do estar!
O estar por simples estar,
nunca o ter, pra simples mostrar!
Isso não creio fazer bem, sorrir!
Não venhas com, estás bem,
sem eu saber como estás!
Incertezas não servem a ninguém!
Esta claro para mim!
E a ti, o que convém?
Moro nos meus sonhos!
Comigo meus desejos!
Saio em busca destes,
em todos os dias e noites
de semanas, meses, anos...
Não consigo sempre,
confesso não raros,
e assim sigo!
Moro nos meus sonhos!
Há os que criticam,
os que condenam,
os que não entendem e até
os que gostariam de estar no meu lugar,
e mesmo assim me incriminam.
Mas ao meu lado, quero
só os que quero.
Moro nos meus sonhos!
E logo, breve, então,
o maior destes.
Ter você aqui!
Seria mísero dizer, que te encontrar,
estava escrito nas estrelas!
Pois o que esta escrito,
é passível de se perder ao tempo!
Ousado então seria ao dizer,
que o te conhecer, foi melodiosamente,
Tatuado nas Estrelas!
E nem o vento, nem o tempo,
nem ao menos o contratempo,
será capaz de embaçar,
empalidecer ou desluzir,
o que nelas se vê!
E por conseguinte, nos dar o prazer,
ao deleitar no anoitecer,
observarmos a sós,
seus reflexos em Nós!